DA INTERIORIDADE À TRANSCENDÊNCIA
ASPECTOS DA ANTROPOLOGIA TEOLÓGICA DE AGOSTINHO DE HIPONA
Palavras-chave:
Agostinho de Hipona. Antropologia Teológica. Gnosiologia. Teoria do Conhecimento. Interioridade. Transcendência.Resumo
Partindo do conceito agostiniano de Verdade e de Felicidade próprias às estruturas ontológicas humanas, deseja-se elaborar, neste artigo, uma sintética adução dos momentos gnosiológicos no pensamento agostiniano, elemento de sua antropologia teológica. Todavia, primeiramente, impõe-se a necessidade de, desde já, afirmar que, no conjunto do pensamento de Agostinho de Hipona (354-430), não é possível, por um mero processo gnosiológico, a contemplação da Verdade e, por conseguinte, o alcance de uma vida interminavelmente feliz. É inexorável, neste itinerário, em viés agostiniano, um percurso existencial e espiritual, que envolve a totalidade da pessoa. Neste artigo, será mister fundamentar, em primeiro lugar, a própria possibilidade de conhecer que se funda, na filosofia agostiniana, na existência, isto é, o cogito agostiniano. Em seguida, descrever-se-á, brevemente, a construção do conhecimento no pensamento agostiniano. E, por fim, dar-se-á o passo de deduzir daí a imperfeição gnosiológica neste mundo, que só se saciará perfeitamente na contemplação eterna da Verdade. Este aspecto é o meandro, do ponto de vista gnosiológico, mas, fundamentalmente, existencial, antropológico, entre a vida humana e seu desejo de felicidade e a gratuita oferta divina da Salvação, inimaginável graça e bondade de Deus.