VINTE E QUATRO PÃES (Jo 6,35)
Palavras-chave:
João 6, Jesus, Pão, Exegese BíblicaResumo
Ele, Jesus, o Filho, com sua fala na literatura do Quarto Evangelho ocupou 64 dos 71 versículos em todo o capítulo 6. Levou os interlocutores a pensar, a falar, a discordar e a aprender. Mas, embora não tenha sido compreendido por alguns judeus, ele catequizou ao deixar uma palavra forte e uma semântica equânime sobre o "pão (ἄρτος)". Vocábulo cuja presença se dá nas tradições do Quarto Evangelho por 24 vezes, sendo que somente no capítulo 6 aparece 21 vezes. Levando em conta que tudo, no que tange às tradições joaninas, pode ser símbolo de reflexão, 21 é sempre o resultado de 7 vezes 3. O diálogo de Jesus, à medida que avança por entre as microunidades literárias e/ou os versículos, ganha em espessura e ambientação temática. A temática do "pão (ἄρτος)", por exemplo, surgiu da necessidade de comer, pois ele sentiu compaixão da multidão. Chegando ao ponto de apresentar o pão como símbolo de sua própria vida e, mais ainda, como ele mesmo sendo o pão (Jo 6,35). Incompreensões surgirão, ao lado de murmúrios e reclamações (Jo 6,41). Mas Jesus, na condição de Filho, perseguiu a vontade do Pai (Jo 6,40). Este último o enviou (Jo 6,39) e a vontade do Pai não é outra, senão: "que todo aquele que vê o Filho e nele crê, tenha a vida eterna" (Jo 6,40).