A ORAÇÃO ENTRE AS PRÁTICAS MÁGICO-RELIGIOSAS DO POLITEÍSMO E O RELACIONAMENTO PACTUAL DO MONOTEÍSMO
Da superação do Determinismo da História em Mircea Eliade à Presença do Mistério do Ser em Paul Tillich
Palavras-chave:
Eliade, Oração, Tillich, Religião, HistóriaResumo
Convergindo para uma concepção que afirma o determinismo da História e encerra a necessidade de repetição do conteúdo mítico através de preces e práticas rituais como possibilidade de domínio da realidade, o artigo sublinha, baseado no método históricocomparativo de Mircea Eliade, que se os gestos arquetípicos na cultura oral e politeísta caracterizam-se como hierofanias, a revelação pessoal de Deus no monoteísmo constitui-se um movimento que traz a concepção de História como uma teofania, o que implica a existência de uma vontade suprema em uma construção histórica que se impõe como uma sequência
ininterrupta de fenômenos teofânicos correlacionados no tempo e no espaço, no sentido de uma ordem sucessiva de eventos negativos ou positivos em um conjunto que assinala para cada um deles um valor intrínseco. Dessa forma, sobrepondo às práticas mágico-religiosas e às recitações míticas dos processos litúrgico-rituais do politeísmo o relacionamento pactual do monoteísmo de Israel, o artigo mostra a oração como uma experiência que correlaciona mistério, milagre e êxtase, convergindo para a instauração da união entre a criatura e o Criador e para a presença do mistério do ser em Tillich através da perspectiva teológico-filosófica e referencial teórico fenomenológico em um processo baseado no legado judaico-cristão que se detém na noção de Deus como Ser Pessoal em lugar de uma concepção de Divindade como um princípio uno, impessoal e abstrato