JUDAÍSMO E MILENARISMO NO ADVERSUS IUDEOS DE JOAQUIM DE FIORE (1135-1202)
Palavras-chave:
Joaquim de Fiori, milenarismo, Adversus Iudeos, escatologia, Itália MedievalResumo
Joaquim de Fiore (1135-1202) foi um notário do Reino normando da Sicília, atuante na sede do reino em Palermo e em algumas regiões da Itália meridional, pelo menos até 1167, quando deixou a corte a fim de fazer uma peregrinação à Jerusalém. Enquanto monge, e eventualmente abade, de Corazzo e Fiore, Joaquim escreveu diversos livros, cartas, panfletos e sermões, geralmente conjugando reflexão histórica e exegese de textos sagrados. O propósito deste artigo é apresentar o tratado intitulado “Adversus Iudeos”. A obra é um exercício de exegese medieval onde o abade discute passagens das Escrituras judaicas, apontando como elas deveriam ser lidas em relação a temas específicos do Cristianismo, como Trindade, encarnação de Jesus e hermenêutica cristológica. Nela ele visualiza um papel significativo para os judeus no terceiro status da história, integrando-os assim à sua visão milenarista. Além da introdução e das considerações finais, o artigo está dividido em quatro partes: exposição de forma breve sobre o termo milenarismo e a espiritualidade cristã do período medieval; um panorama da vida de Joaquim de Fiore; o apocalipsismo reformador enquanto fator para explicar as opções religiosas do abade e; explicações concernentes a obra Adversus Iudeos a fim de ajudar o leitor/pesquisador a compreender o seu milenarismo.