A SIMULAÇÃO DA MORTE DO MODERNO MICHEL DE MONTAIGNE É UM TRABALHO DE LUTO PARA O “PÓS-MODERNO” BYUNG-CHUL HAN
Leitura e apontamentos preliminares de uma tentativa de diálogo
Palavras-chave:
Simulação da Morte, Trabalho de Luto, Montaigne, Byung-Chul Han, DiálogoResumo
A morte é uma das temáticas da filosofia e, ao longo do seu desenvolvimento no ocidente, vários foram os pensadores que se dedicaram a estudá-la. O interesse deste trabalho é investigar, ainda que de maneira introdutória, os possíveis pontos de contato entre a produção do moderno Michel de Montaigne, criador do método ensaístico, e Byung-Chul Han, filósofo “pós-moderno” e dedicado ao uso de ensaios para divulgação de sua produção intelectual. Ambos discutem a morte como um dos temas das suas reflexões. O objetivo deste trabalho é analisar, à luz do pensamento de Byung-Chul Han, a ideia da simulação da morte presente na camada A dos Ensaios de Michel de Montaigne, mais especificamente L1.18-20. Ponto que procuraremos demonstrar é que, diante da percepção haniana, a simulação da morte no primeiro Montaigne se enquadraria dentro do esquema que o filósofo sul-coreano tem denominado de trabalho de luto, do alemão Trauerarbeit, por ser uma forma de mitigação da morte, que procuraria, de alguma forma, “matar a morte”.